segunda-feira, 11 de julho de 2016

ANONIMATO

Uma das coisas que estudo e ensino é Ética. Não como guia prático para lidar com os conflitos e desvios da vida, porque, como sempre repito, ninguém é régua para ninguém. Mas como corpo do conhecimento necessário para a prática, para avaliar os conflitos nas áreas de comunicação e marketing, sabendo de algumas implicações legais relacionadas ao mundo das trocas, da promoção e da pesquisa.
Quem já teve aula comigo sabe que sempre repito que vivemos em um país no qual é livre a expressão do pensamento, de acordo com o Artigo 5o. do Título II da Constituição. Só que o mesmo instrumento legal diz que é vedado o anonimato.
Ou seja, em nosso país é garantido que você tenha o sagrado direito de dizer o que pensa, sem censura. Porém é importante deixar claro que você também é responsável por aquilo que diz. Bom saber que você pode ser responsabilizado civil e criminalmente pelos danos à honra e imagem dos outros, se aquilo que diz é mentira.
Avaliações do desempenho alheio não pode ser considerado crime contra a honra, porque depende da subjetividade da percepção de quem avalia. Ninguém pode ser processado porque achou que o jogador foi um verdadeiro perna-de-pau em uma partida. Ou porque não gostou da comida servida em um restaurante. O que você não pode fazer é ofender a honra pessoal do jogador ou do cozinheiro. Ou do professor.
Penso nisso lendo uma avaliação destrutiva, ferina e desonesta, feita por aluno de forma anônima.
Confesso que fui procurar pela sua letra quem é a figura. Melhor saber o nome e o sobrenome de alguém que não desejo encontrar na vida. A covardia aliada à maldade é tudo que não espero encontrar perto de mim. Ok, descoberto quem escreveu o que li, fiquei pensando muito, dei a chance da dúvida, pois ele poderia ter razão. E se ele tivesse, melhor seria desistir da carreira e da profissão. Vi todas as demais avaliações que, em maior ou menor grau, contrariam o que expressou o rapaz. Pensei nos quase 12 anos desta disciplina que não é fácil, em todos os alunos que encontrei. Enfim, é um contra todos os demais. Não que eu seja uma unanimidade, nem quero ser. Podem ter me criticado antes, mas não no nível deste moço, ao dizer que não preparo minhas aulas, que não domino o assunto. Isso é coisa de gente ruim. Mas... fica uma tristeza pela capacidade humana de destruir o que os outros tentam construir.
Afeta a alma? Afeta, claro.
Mas também demonstra, mais uma vez, que você só ensina quem quer aprender.

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