sexta-feira, 21 de maio de 2010

Novo comercial para da Copa da Nike

Posto de forma rápida, para não perder a novidade: a Nike lançou um novo comercial para a Copa, dirigido por Alejandro Iñarritu (21 gramas e Babel). A versão de 3 minutos está aqui, no site do AdAge: http://adage.com/article?article_id=144010. A estrutura da peça é meio comunzona, mas ótimas sacadas no seu desenvolvimento e muitas soluções técnicas espetaculosas. Porém, não se trata do "melhor comercial da Nike jamais feito", como sugeriu o diretor de marketing da companhia, Trevor Edwards. De qualquer forma, li os comentários de gosto e desgosto no site e fiquei interessado na opinião dos americanos sobre o futebol e sua magia, em vésperas de Copa na África. Um dos que mais gostei foi esse aqui, que transcrevo:

Nice- terrific work from W&K and NIKE (always).

Interesting fact: Even when I was down in Haiti, playing a pick-up game of soccer on a dirt and limestone field, with a bunch of barefoot kids in tattered clothes that didn't speak English– those kids understood the word "Ronaldo", and knew exactly who he was! : )
How that happens when many of them don't even have electricity, let alone a television or computer is quite astonishing.
At the root is the global phenomenon that is soccer and the universal appeal of athletic competition. Like music, art and love of family, it is one of those ways we naturally connect across geographic and cultural boundaries.
Beautifully played out in this spot.

Tim Hamby


Talvez o que o comercial sirva é para demonstrar a dimensão planetária do jogo, as almas e os interesses envolvidos, o que uma Copa do Mundo representa em termos de celebração de um esporte mágico, goste-se ou não se goste dele, do Ganso e do Neymar.

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Às vezes me pego pensando se o Dunga tem a verdadeira dimensão de sua parcela e parte nesse mecanismo. Sinceramente acho que não. Ao deixar os meninos em casa e levar o Kléberson, pode até estar fazendo o que é corretamente justificável pela sua "coerência", inclusive tática. Mas deixa o espetáculo muuuuito mais pobre. Neste sentido, não é interessante que o futebol brasileiro esteja representado por um jogador que nem vai à África do Sul? Certamente porque, além de ter contrato com a Nike,  o Ronaldinho Gaúcho cataliza na sua figura como nosso futebol é reconhecido internacionalmente.

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Ontem, ao buscar meus filhos na escola, voltei a pé e passei pelo meio do shopping. Como forma de acalmar e descansar a molecada, passei na loja da Nike para eles verem as camisas das seleções. O pequenininho (4 anos) se agarrou numa mini-bola do Brasil e está desde ontem em campanha para ganhá-la ("é só 40 reais, papai; passa no banco, pega o dinheiro e compra pra mim"). Empregos, muitos deles, dependem de frases como essa.

3 comentários:

Anônimo disse...

Nada bobo esse seu garoto de 4 anos,........muitos produtos se vendem sozinho......!

Wandihkleysson disse...

O professor gostou das propagandas que incentivavam a rivalidade, aliás, hoje em dia, a inimizade entre argentinos e brasileiros?

Bons ou maus, los hermanos são nossos vizinhos e mais próximo grande parceiro comercial. Pode-se trocar de mulher e de amigo, mas não se pode trocar de hermano. Entretanto os publicitários pouco criativos parecem gostar de atiçar os sentimentos mais bestiais do patriotismo de partida de futebol.

Excetuo propagandas como a do HSBC que mostra uma balsa cruzando o rio e a fronteira, enquanto, dentro dela, os passageiros começam a bater bola. Quem é argentino, quem é brasileiro, de onde veio e para onde vai a balsa, quem está ganhando o jogo, fica-se sem saber. É propaganda que pode passar em qualquer país e em qualquer horário.

O pior exemplo foi a propaganda da Kaiser na qual as pobres latinhas falantes xingam os argentinos de maricón. Toda propaganda de cerveja no Brasil mostra personagens imbecis criados por publicitários imbecis, mas esta é especial. Os autores nem perceberam que mataram a marca para o mercado internacional, ou pelo menos para o Mercosul. Ou queimaram até a marca de outros produtos da mesma empresa. Quem concorre com esta na Argentina, só precisa apresentar a propaganda do concorrente. De graça.

Wandihkleysson disse...
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